De todos os animais domesticados pelo ser humano, o gato é o único que vem de uma espécie com hábitos solitários, ou seja, que não forma grupos. De facto, esta é a particularidade que dificultou a domesticação felina, comparativamente com a de espécies sociais e, portanto, hierarquizadas.
Na verdade, os especialistas não falam de domesticação, mas sim de adaptação, já que o gato se aproximou do ser humano sem truques, nem coações, e foi transformando os seus hábitos, entre os quais o zelo com que defende seu território. Efetivamente, ele não mudou por completo, uma vez que continua a ser territorial, o que pode gerar alguns conflitos de convivência que vamos tentar minimizar com estes três conselhos.
1. O território do gato é sagrado para ele
Para o gato o seu território é inviolável, quer seja uma casa com jardim ou um pequeno apartamento no centro da cidade, pelo que ele terá o máximo controlo sobre ele. Assim, quando surge outro gato desconhecido no seu território, o primeiro impulso é o de defesa, e ele não hesitará em atacar, se for necessário.
Curiosamente, as gatas são mais territoriais: não só cuidam do seu território para garantirem a sua subsistência, mas também para protegerem a sua descendência.
2. Quantos mais gatos partilharem um território, maior será o risco de conflito
Regra geral, dois gatos que vivam juntos tendem a ter menos conflitos entre si do que quando existem mais que dois, embora também existam diversos grupos de gatos em que não existe qualquer conflito. A melhor idade para juntar dois gatos é entre os 3 e os 6 meses, e nunca existirão conflitos quando se trata de dois irmãos, ou da mãe e um dos seus gatinhos.
Na convivência entre dois gatos, o sexo é, geralmente, indiferente (dois machos, duas fêmeas ou um macho e uma fêmea), o único ponto a ter em atenção é que, ao atingirem a maturidade sexual, no caso de dois gatos do mesmo sexo, as lutas pelo território aumentarão e, no caso de sexos diferentes, irão acasalar. Mas ambas as situações desaparecerão com a esterilização cirúrgica, que, para além disso, reduz também o risco de doenças do sistema reprodutor.
3. Como introduzir um novo gato
Muitos são os gatos que vivem sozinhos em casa e cujos donos decidem introduzir outro gato para lhes fazer companhia. Esta decisão pode originar problemas de convivência, por ser vista como uma invasão do seu território e que variará conforme a idade do novo gato.
Caso se introduza um gatinho no territorio de um gato adulto, ele poderá reagir com indiferença, mas também de forma agressiva. Dado que o gatinho está em desvantagem, deve ser-se muito cauteloso e fazer as apresentações lentamente, sem deixá-los juntos e sem vigilância durante os primeiros dias.
Curiosamente, as gatas tendem a ser mais agressivas com os gatinhos, por isso, quando se tem uma fêmea, é preciso redobrar os cuidados.
A introdução de um gato adulto exige um período de adaptação maior, tendo que os manter separados por mais tempo.